Resenha - A Espada de Vidro
- Gabriela Simões
- 18 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de jun. de 2018

PONTUAÇÃO FINAL: 9 Batatas
Criatividade no Conteúdo – 6,6
Narrativa – 5,5
Desenvolvimento da História - 7,4
Relações entre Personagens - 6
Personagens Principais - 3
Personagens Secundárias – 9
Coerência da história dentro do universo – 10
Este livro foi lido em parceria com a Edita Saída de Emergência que desde já eu agradeço a cedência do livro, contudo isso em nada afetou a minha opinião.
Este livro é continuação da Rainha Vermelha, cuja resenha já consta no blog juntamente com a classificação, tratando, resumidamente, dum universo distópico onde as pessoas estão divididas entre sangue vermelho e sangue prateado, sendo os de sangue prateado os mais fortes e com maior poder, enquanto os de sangue vermelho não passam de 'escumalha', para assim dizer. O livro gira em torno de Mare, uma jovem de sangue vermelha que acaba por revelar poderes prateados, o que a leva para o palácio, juntar-se à guarda Escarlate, e após muitos reviravoltas, conseguir fugir do castelo com o príncipe Cal do seu lado e o que ela pensava ser seu aliado, Maven, como Rei, após ter morto o próprio pai, sobre o comando da mãe.
Apesar de alguns pontos menos bons, o livro não me desiludiu – talvez pelas minhas baixas expectativas, pelos comentários negativos que fui ouvindo ao longo do tempo, após ter lido o primeiro volume. Tendo em conta o primeiro livro, o qual eu amei muito, a continuação deixa um pouco a desejar, especialmente em termos de desenvolvimento do conteúdo. Algumas das partes da narrativa foram arrastadas e o tempo passava muito devagar, dia a dia, minuto a minuto, cada movimento de braço e perna era mencionado, chegando a ser maçudo e cansativo, mencionando ainda, o que para mim foi o aspeto mais negatico: os pensamentos repetitivos por parte da personagem principal, Mare.
Um grande problema que eu, pessoalmente, tive com este livro, foi a personagem principal. No primeiro volume não tive nada contra, e muito sinceramente pouco a favor, mas em geral não desgostava dela, tinha uma personalidade forte, realista, com sentimentos à flor da pele e que faziam o leitor realmente sentir a sua dor, mas neste livro, a Mare ficou muito chata e deveras irritante, não existem melhores palavras para descrever. Não só pelos pensamentos repetitivos, mas toda a desconfiança e falta coerência nas suas ações. Em muitos momentos eu fiquei verdadeiramente chateada com o modo como ela encarava as situações, como ela interpretava do modo mais rebuscado possível de modo a alguém a estar a trair possivelmente, até a própria família, chegando uma altura do livro em que ela coloca o dever acima da vida do irmão. Primeiro tentei compreender, tendo em conta tudo o que se passou no primeiro livro, e foi passando ao longo do segundo volume, mas credo mulher, há limites, não abusa do passe da coitadinha! Nem tudo é justificável só por ter passado por dificuldades.
Chegou uma altura do livro que parecia um X-Men da idade medieval: existem os que estão em predominância, os prateados neste caso, que se revoltam com os que são diferentes, contudo, alguns possuem um gene diferenciador, realmente muito forte, e temido, cada um com um poder completamente novo e diferente e incontrolável, uns controlam o fogo, o tempo, conseguem ficar invísiveis, entre outros, e no meio disto tudo, temos um disfuncional professor X, que neste caso poderemos que é a Mare.

Na fase final, comecei a ganhar um maior carinho pelo Cal, pois finalmente alguém disse exactamente à Mare o que eu estava a pensar sobre ela e as suas atitudes o livro todo, apesar de continuar a não compreender a relação entre eles, continua forçada e sem sentido, é como o amor entre o Edward e Bella de Crepúsculo, surge do nada, uma troca de olhares e suspiros e pronto, o amor à primeira vista ficou feito. Eu prefiro relações que cresçam com o tempo, que façam o mínimo de sentido, e para mim, a relação deles não faz qualquer sentido, eles praticamente não falam o primeiro livro todo, e no segundo discutem estratégias e discutem. Que relações são estas?
Gostava de ter visto um pouco mais de Maven, tentar entender qual é a sua verdadeira personalidade, se está a ser realmente controlado pela mãe, se tem sentimentos verdadeiros pela Mare, se o rapaz que conhecemos no primeiro livro realmente existe... muitas questões ficaram por responder, mas pelo que percebi tudo isto será melhor explicado no próximo volume que eu espero que a Saída de Emergência publique em breve porque eu não aguento a espera! Preciso do terceiro livro para ontem!
Apesar destes pontos, gostei do livro, interessante e uma continuação coerente, não entregando nem mais nem menos do que ficou em expetativa no livro anterior. Para quem leu o primeiro recomendo
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